Já imaginou que a quantidade de tempo que você passou isolado em casa, sem contato social, a privação da liberdade de ir e vir e o constante medo poderiam ter efeitos físicos no cérebro? Pois é… As sensações relatadas e interpretadas como cérebro pandêmico, muitas vezes também estão relacionadas a alterações nas estruturas cerebrais.
Se você tem sentido dificuldade para ler, até mesmo para assistir um episódio completo da sua série favorita, se focar por longos períodos no trabalho tem sido difícil, e percebe que a sua capacidade de concentração está prejudicada nos últimos meses, então você pode fazer parte da parcela da população que sofreu de maneira cognitiva os efeitos da pandemia.
Se é verdade que a pandemia foi diferente para cada um de nós, também é consenso que de maneiras variadas cada um foi submetido a altos níveis de estresse. O estresse crônico, como é chamado o estado de tensão prolongado que todos passamos, é o principal causador do que tem sido chamado cérebro pandêmico.
O que a ciência diz sobre o cérebro pandêmico?
Embora esse pareça um termo clínico, não é. Mas é como cientistas ao redor do mundo estão chamando esse estado de desatenção e dificuldade para se concentrar que tem sido relatado por milhares de pessoas.
Em 2018, um estudo da Academia Americana de Neurologia, publicado na Revista Científica Neurology, indicou que altos níveis de cortisol, hormônio que auxilia o organismo na resposta ao estresse, estão geralmente associados a prejuízos na memória.
A boa notícia é que o problema é reversível. Ao menos é o que aponta um estudo da Universidade da Califórnia. Por ser um órgão em constante aprendizado, o cérebro tem uma alta capacidade de reparação neuronal.
Então, fique tranquilo! A dificuldade para se concentrar vai passar! Basta continuar estimulando o cérebro com atividades que exijam lógica, solução de problemas e interpretação.