Uma pesquisa realizada recentemente pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), constatou que a área de Tecnologia da Informação (TI) precisará de cerca de 420 mil profissionais até 2024. Até aí, tudo bem. O problema é que este é um mercado com um baixo percentual de formação de mão de obra, o que pode acabar gerando um apagão de profissionais qualificados para ocupar essas vagas.
Mas quão grande é a diferença entre o número de profissionais exigidos e os capacitados? Atualmente, o Brasil forma 46 mil profissionais por ano com perfil tecnológico. A conta não bate porque a Brasscom estima que serão necessárias 70 mil pessoas capacitadas por ano para que essas vagas sejam totalmente preenchidas. Alguns especialistas afirmam que, para resolver isso, algumas empresas terão que criar oportunidades mais atrativas para não ficarem para trás.
Problema do futuro ou do presente?
O número baixo de profissionais capacitados não é um problema para se preocupar apenas no futuro. Atualmente, os profissionais de RH já têm se desesperado para encontrar mão de obra qualificada tanto em pessoas recém-formadas quanto nas que ainda nem se formaram, para que consigam contratá-los antes da concorrência, pois a quantidade de vagas abertas já é maior que a de profissionais disponíveis.
E a demanda não acaba unicamente nas empresas de tecnologia. Áreas correlatas com vendas e design também têm buscado esses profissionais. Com a adoção do distanciamento social e com o crescimento de serviços digitais e do trabalho remoto, empresas de outras áreas também estão precisando desses profissionais para se adequarem à nova realidade.
Quais as razões por trás disso?
Há uma grande necessidade de se investir em qualificação. Muitas empresas não têm conseguido profissionais no Brasil e estão ampliando sua busca para o mundo, isso enquanto temos uma grande quantidade de desempregados em nosso país que poderiam muito bem migrar para esta área e serem absorvidos pelas profissões do futuro.
Além disso, Rodrigo Terron, diretor de operações da Rocketseat, afirma que falta base em muitos profissionais, um ponto que poderia ser melhor desenvolvido na graduação. Isso acontece porque não existem graduações técnicas e o processo de atualização das grades de ensino nas universidades ainda é bastante lento. Por conta disso, muitas instituições de ensino formam profissionais que não estão totalmente preparados para o mercado.
O lado bom disso tudo é um ponto que já foi citado nesse texto: com o surgimento da pandemia e a não obrigatoriedade da presença física de alguns profissionais, a barreira geográfica foi quebrada e os profissionais da área de tecnologia não precisam mais necessariamente morar em Recife para atuar numa empresa de Recife, por exemplo. Ou mesmo no Brasil para atuar no Brasil.
As oportunidades estão crescendo porque o mundo está se digitalizando, e esse processo faz com que a necessidade de um maior investimento no ensino do setor no Brasil cresça igual. É preciso começar a trabalhar nossos jovens desde cedo e prepará-los para o futuro. E o futuro (que já está batendo na nossa porta há um tempo) tem se mostrado cada vez mais ser dominado pelas startups, pelo empreendedorismo e pelas empresas de tecnologia.
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