Se existe um x da questão sobre o fenômeno da Grande Renúncia, podemos dizer que é a rotatividade de funcionários em uma empresa. Mas podemos ir além e buscar as razões dessa rotatividade. Na maioria das vezes a raiz desse problema é a insatisfação com o emprego.
É o que mostra uma pesquisa feita pelo MIT Sloan. A revista do Massachusetts Institute of Technology analisou 34 milhões de perfis online de funcionários e 1,4 milhão de reviews sobre 500 empresas no Glassdoor, site especializado em busca de empregos que é bastante popular nos Estados Unidos. Os resultados das análises mostram que a cultura corporativa tóxica é o principal fator para as pessoas pedirem demissão dos seus trabalhos.
Mas, afinal, o que é cultura tóxica? Na pesquisa, o ambiente de trabalho com uma cultura adoecedora ou tóxica, como costuma ser chamada, gera exclusão, desrespeita o trabalhador e estimula comportamentos antiéticos nas equipes. Situações que geram ansiedade e estimulam a alta rotatividade, já que locais assim em geral acabam não conseguindo manter funcionários por muito tempo.
Embora tenha um contexto bastante diferente dos Estados Unidos, o Brasil também tem indicativos de uma Grande Renúncia. No final do ano passado, 500 mil pessoas se demitiram, muitas delas sem ter um novo trabalho em vista.
Isso pode apontar para duas situações que não necessariamente acontecem isoladamente, elas podem estar sobrepostas: a partir da pandemia as pessoas repensaram as suas vidas e perceberam que a jornada de trabalho que tinham antes já não fazia mais sentido e buscam agora mais qualidade de vida e uma relação mais saudável entre a vida pessoal e o trabalho.
Ou muitas dessas pessoas que se demitiram passaram a ser freelancers, profissionais liberais e autônomos, como você quiser chamar. Um fenômeno impulsionado pelas demissões em massa realizadas no início da pandemia, mas que tem se popularizado entre os profissionais da Geração Z.