Se você se esforçar um pouco, vai lembrar que há alguns anos atrás o excesso de presença nos escritórios era uma espécie de moeda. A presença até além do horário do expediente era um ativo que indicava dedicação e comprometimento.
Mas será que é isso mesmo?
Valorizar a cultura da presença em excesso, além das horas combinadas, favorece quem tem tempo para isso. A professora de teoria organizacional, estratégia e empreendedorismo da Tepper School of Business, Brandy Aven, pontua que isso pode beneficiar injustamente alguns trabalhadores e prejudicar outros, como aqueles que são pais, por exemplo.
Cada vez mais a liberdade tem se tornado uma experiência relevante na relação vida-trabalho. Em muitas empresas, inclusive aqui no Hub Plural, avalia-se a entrega do funcionário e não a sua jornada de horas dentro da empresa.
Veja bem, não estamos dizendo que a presença não é importante, longe disso, aliás. Acreditamos tanto na presença e na necessidade de interação que aqui estamos, oferecendo um espaço que antes de qualquer coisa, promove encontros.
O que queremos questionar aqui é sobre a prática da presença como um ativo que tantas vezes camuflava até pessoas improdutivas.
Como se a presença em si construísse uma espécie de muro de proteção inquestionável sobre a pessoa que está ali horas demais do seu dia.
E aí, tem um outro problema que começa a ser cada vez mais discutido nos escritórios: a disponibilidade online…Que se você pensar além pode ser comparada com essa presença no escritório. Será que a disponibilidade full time, essa presença exacerbada, deve mesmo ser esperada e até recompensada?
Ou será que precisamos cada vez mais nos conectar com um equilíbrio entre a vida e o trabalho, entre o online e o offline?
Equilíbrio é a chave de tudo. Nem só de dopamina vive o homem, mas sem dopamina também não há vida.